terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Fé, um Dom Divino


 Deus é tão sábio que não permitiu que sua palavra fosse escrita por uma só pessoa ou numa só época ou um só lugar para que nenhum homem se gloriasse disso, pois somente  á  Deus que é o criador dos céus e da terra é que pertencem toda a honra e toda a glória. Se olharmos para o livro de Gênesis (1°livro da bíblia) veremos que a mesma não condena a ciência e sim a ajuda a desvendar mistérios não descobertos pela sabedoria humana como por  exemplo a nossa criação.Não é fácil dissertar sobre o assunto  pois  eu poderia aqui expor as escrituras sagradas durante horas e ainda não seria suficiente, pois sem fé é impossível se crer em algo que não se vê. A nossa fé natural é aquela em que cremos em tudo aquilo que recebemos de informação dos nossos pais, responsáveis por nossa criação, e das coisas que vivenciamos ao longo de nossas vidas daí formando o nosso caráter. Mas a fé sobrenatural, essa fé de crer no que não vemos não vem de nós, é dom de Deus derramado sobre nós pecadores. (Efésios 2;8).Penso que hoje posso dizer  afirmadamente sem  demagogia alguma de minha parte que um dos maiores responsáveis pela falta de credibilidade da igreja de Cristo e falta de fé do ser humano é a própria igreja. Pois hoje se comercializa e se manipula a fé das pessoas de tal maneira que me causa nojo. Muitos hoje falam em nome de Deus, pregam as escrituras mas   esquecem de vivenciá-la.Olha o que Jesus disse em Matheus 7;21:(“Nem todo que diz Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que estás no céus.”)Mas como saber o que é verdade ou não?A bíblia diz que se conhecermos a verdade ela nos libertará. (João 8;32) e veja o que diz 2Timóteo 3;16(“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para repreensão, para a correção, para a educação na justiça.”) ou seja a palavra de Deus é a própria verdade pois contém a vontade de Deus para a sua criação que é o homem. Muitos hoje que intitulam crentes, não conhecem a palavra, não lêem e não a tem como estilo de vida, apenas a usam para seus próprios fins lucrativos, ou seja, pastores do seu próprio ventre.Mas Deus conhece verdadeiramente o seu povo pois nada escapa aos seus olhos.Para se ter intimidade com alguém precisa-se saber e conhecer de perto esse alguém. E como pode se conhecer a vontade de Deus para a humanidade?Lendo a sua palavra e clamando entendimento á Ele em oculto(oração). O amor de Deus por nós pecadores está acima de quaisquer atitudes humanas.Deus é imutável e livre da influência humana pois seria muito fácil para Ele interferir acabando com as guerras e estabelecer a paz mundial mas Ele não nos fez como robôs e também não é nenhum intrujão. A pedra do coração do homem só o próprio homem pode remover, veja:"Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo." Se esperarmos por um milagre para que possamos começar a crer nós nunca seremos capazes de tal coisa. Deus deseja que todos os homens se arrependam dos seus maus desígnos e abram a porta de seus corações de pedra. O que Deus quer de Nós está muito além de simples palavras bonitas, de cargos eclesiásticos, de títulos, de grandes denominações congregacionais, de regras humanas, de discussões sobre quem está certo ou errado, de religiosos hipócritas pois o que Jesus mais combateu foi a hipocrisia humana inclusive dos religiosos da época , de falsas caridades para serem vistas pelos homens. Deus esquadrinha o coração, não há lugar para se esconder dos olhos do Senhor. O que Deus deseja verdadeiramente de nós é o nosso coração contrito e aberto para que Ele nos possa encher de amor e esperança. Mas o verdadeiro amor não é aquele  que esse mundo vil e hipócrita nos oferece e sim  aquele amor paciente, benigno, que não arde em ciúmes, que não se vangloria e não se ensoberbece, que não é inconveniente e não é interesseiro, que não se irrita facilmente e que não se entrega às magoas, aquele amor que tem sede de justiça e se alegra com a verdade, que tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta, o verdadeiro amor de Deus que está em Cristo Jesus. Que Deus nos abençoe !!!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Salvos pela graça, enviados por amor a Cristo

Antes de estarmos sob o governo do Senhor nosso Deus, estávamos perdidos, mortos em nossos delitos...(Ef,2;5) entregues a muitas paixões, mas hoje, que fomos lavados, remidos e justificados pelo sangue do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, temos somente nos entregado à uma paixão: O Evangelho do nosso Senhor Jesus. Temos sido levantados, direcionados a andar conforme Cristo andou, porque pela graça fomos salvos por meio da fé e isso não veio de nós, é dom de Deus(Ef,2;8), pois também a Palavra diz que tanto o querer quanto o efetuar são do Senhor(Fp,2;13), devemos somente nos gloriar na Cruz de Cristo(Gl,6;14), seguir o exemplo do apóstolo Paulo que após o seu encontro com o Senhor Jesus naquele caminho para Damasco teve uma transformação de vida e passou a ter compromisso com o Senhor, com seu evangelho e com o IDE.  Desenvolver e buscar o estilo de vida que o Senhor Jesus quer que tenhamos. Creio que nos tempos de hoje o Senhor não deseja mais tantas igrejas(Templos) e sim crentes em Jesus compromissados com a Palavra, homens, mulheres e jovens pecadores sim de natureza mas com coragem para levar a mensagem da Cruz, ir aonde o mundo não quer ir, pessoas que realmente não envergonham o evangelho e nem comercializam a sua fé, verdadeiros cristãos como está escrito na epístola de Hebreus 11;32 que deram sua vida pelo evangelho na certeza de receber  muito maior galardão que é a Salvação, viver e buscar sempre o melhor sim honestamente pois a palavra de Deus diz que se quizermos e o ouvirmos poderemos comer o melhor dessa terra(Isaisas,(1;19) mas que isso faça parte de um processo muito maior que é colocar em primeiro lugar o reino de Deus(Mt,6;33). O segredo não é como está o seu coração e sim aonde está o seu coração, mas principalmente, devemos pedir ao Senhor que nos ensine a amar nosso próximo como Ele nos amou, aquele amor paciente, benigno, que não arde em ciúmes, que não se vangloria e não se ensoberbece, que não é inconveniente e não é interesseiro, que não se irrita facilmente e que não se entrega às magoas, aquele amor que tem sede de justiça e se alegra com a verdade, que tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta, o verdadeiro amor de Deus que está em Cristo Jesus.
Que possamos não só crer no evangelho e sim vivê-lo, tê-lo como nosso estilo de vida para que o mundo possa crer na Verdade que liberta(Jo 8;32),e crer que já nos foi enviado o único intercessor e único Salvador à saber JESUS CRISTO ! Que Deus nos abençoe!! 

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O Chamado

Folheando a minha Bíblia enquanto fazia o meu devocional diário, Deus falou ao meu coração no versículo de Mt 9;9:“Partindo Jesus dali, viu um homem chamado Mateus sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu.” Meditando neste versículo eu pude tirar pelo menos 3 conclusões:
1° Jesus realiza um chamado: “Segue-me!”
Analizemos esse chamado: Veja que foi Jesus quem fez o chamado, em nenhum momento Mateus ou Levi (como está em Lc 5;27-28 e Mc 2;13-14) se manifestou na intenção de pedir para ser chamado ou em nenhum momento esse homem que tempos mais tarde seria um dos apóstolos que teria como missão propagar ou pregar o evangelho do Senhor Jesus, em nenhum momento a bíblia diz que ele é merecedor desse chamado ou que ele tenha alguma qualidade para receber esse chamado. Muito pelo contrário Matheus era um cobrador de impostos. Sabe o que faziam os cobradores de impostos daquela época? No tempo do ministério terrestre de Jesus, os cobradores de impostos eram especuladores e homens de duvidosas qualidades morais. Muitos eram extorsores, atribuindo valores tributários fictícios às mercadorias e depois oferecendo emprestar o dinheiro — com juros elevados — aos que não podiam pagar. Com uma vara na mão e um distintivo de bronze, destacadamente no peito, paravam as caravanas e demandavam que tudo fosse estendido ao chão para ser inspecionado. Depois, tiravam o que lhes convinha, frequentemente levando embora os animais de carga bem alimentados e substituindo-os por outros piores. Isso quando não agiam com estrema violência quando invadiam as casas em busca de algo como pagamento desses impostos abusivos. Eram homens que causavam ressentimento ás pessoas daquela época só em serem avistados, eram desprezados pelos judeus, por serem a escória e não terem nenhum tipo de compaixão pelos oprimidos.Homens covardes, sem coração. E Jesus chama Mateus, um cobrador de impostos para segui-lo e ser seu discípulo, o filho de Deus. Quando vamos á uma entrevista de emprego a primeira coisa que o empregador quer saber são as nossas  qualidades profissionais para saber se nós  temos capacidade para  exercer aquela função, depois nossas referências profissionais para saber a se trabalhamos em boas empresas, depois nossas referências pessoais para saber que tipo de pessoa ele está contratando, ou seja, nossa vida é totalmente revirada e muitas das vezes mesmo nós sendo pessoas honestas e bem preparadas para aquele cargo, nem sempre nós somos contratados. Veja Jesus, simplesmente chama Matheus, e Jesus não precisava fazer entrevista pois Ele sabia quem era Mateus afinal ele apesar de estar ainda caminhando sobre a terra ele era o filho de Deus. Ler (Lc 19;1-6). Zaqueu também não tinha se apresentado á Jesus ainda e mesmo sendo ele cobrador de impostos Jesus se oferece para comer em sua casa contrariando as autoridades da época que o indagavam por comer com um pecador. Jesus sabia quem era zaqueu mesmo sem o mesmo se apresentar á Ele. Jesus nos conhece irmãos, mesmo sem você nunca ter se apresentado á Ele , e Ele conhecia e conhece você, todos os seu delitos, seus pecados, seus pensamentos, suas deficiências, como conhecia daqueles cobradores de impostos, e hoje nós estamos aqui seguindo a Ele e o servindo.Jesus nos conhece e nos chama para o seguirmos.
2° Conclusão-È o Senhor quem nos chama.(Mt 9;9) Não é Mateus quem se oferece para o chamado e sim Jesus é quem realiza esse chamado ler(João 15;16)
Aí talvez você possa questionar; Mas se eu não tomasse a iniciativa de estar aqui para ouvir a esse chamado ou quando vc esteve na igreja pela primeira vez e decidiu a aceitar e seguir a Jesus talvez vc diga que se vc não tivesse ido até lá nada disso teria acontecido.eu não teria ouvido esse chamado. Mas olha o que Jesus diz em João 6;44:” Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.” Se você esteve um dia em alguma igreja e aceitou seguir a Jesus ou se você está aqui hoje ou de alguma maneira vc escutou ou está escutando o chamado De Cristo para a sua vida é porque Deus de alguma maneira através da sua imensa graça e misericórdia que tem por nós homens pecadores concedeu e fez com que vc estivesse no momento em que Jesus fez ou faz esse chamado e vc o escuta. Aí só depois de vc escutar esse chamado é que entra a sua decisão. Ele é quem nos concede essa chance de escolha , não nós que buscamos essa oportunidade, nós a recebemos a recebemos inteiramente pela graça, o seja, por um favor imerecido de Deus pelo simples fato de Deus nos amar incondicionalmente, pois nenhum de nós por melhores qualidades que tenhamos nunca seremos merecedores dessa oportunidade, só optamos por aceitá-la ou não.Poi Deus também não quer trabalhar sozinho, Ele quer a nossa cooperação.exemplo: Deus entra com a redenção e o homem com o livre arbítrio, Deus dá o perdão enquanto o homem mostra o arrependimento, Deus dá a resposta mas somente se entrarmos com a oração. 
3° e última conclusão:Jesus nos convida á mudar de vida quando diz: Segue-me!
O que quer dizer a interjeição de Jesus Segue-me naquele momento da história. Será que Jesus queria que Mateus ficasse de longe observando ou Ele queria que Mateus seguisse realmente o Mestre em tudo que ele fizesse. Note que o Senhor Jesus não Manda que o futuro apóstolo vá resolver coisas pendentes primeiro e depois encontrá-lo em algum lugar, Jesus apenas diz:”segue-me” ou seja Venha como estás, largue tudo que vc está fazendo Matheus e venha agora! È o que Jesus fala para nós. Venha ,largue tudo segue-me  e faça o que eu fizer!
Jesus nos escolhe, nos chama e nos dá uma ordem.
Em João 15;16“Ler
Não fostes vós e sim eu escolhi a vós outros” Mas veja neste versículo á respeito de Ele nos escolher que Ele não apenas nos escolhe ou chama, Ele também nos dá uma ordem: “vá e dê frutos.” Nos dá  uma recomendação: “e que o vosso fruto permaneça,” ou seja que estejamos firmes na fé sem esmorecer e ainda nos dá uma ferramenta, a oração e a certeza de seremos bem sucedidos naquilo que fizermos em nome Dele.”... a “fim de que tudo que pedirdes ao meu pai em meu nome, Ele vo-lo conceda.”
O Senhor Jesus nos chama e nos envia para que produzamos frutos em seu nome. Não podemos achar que conhecer o Senhor de longe seja o suficente, ele nos chama para o seguirmos e para que nessa caminhada possamos dar frutos. Ele não se importa com as nossas imperfeições e nossas deficiências,olhe para o apostolo Mateus cobrador de impostos, o Próprio Jesus já nos conhecia antes de nos chamar.Mas também podemos ver que ele não nos envia simplesmente e nos deixa a deriva, ele nos dá também uma ferramenta, a oração pois ele diz que tudo que pedirmos ao Pai em seu Nome , Deus nos concederá. E não só o bastante Ele também ainda nos promete estar conosco sempre:” Mt 28;;20”...e ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês. E lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos.”
Ele nos promete que estará conosco até o fim.
Aleluia!!!!Que Deus nos abençoe!!!
                                                                                                                                                                                       

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Busquemos a santidade

Santidade não é comprovada pela ausência de pecado, mais sim por uma busca na qual o homem (pecador) assume um compromisso de estar em comunhão com Deus  e esta comunhão faz com que ele aos poucos crie uma couraça contra o pecado, não é uma imunidade ao pecado , mais sim uma proteção espiritual-psiquica-fisica,  que envolve e desenvolve o homem de maneira que suas atitudes, sua concepção de vida e os resultados obtidos naquilo que participa , tornam-se cada vez mais fora do comum, pois ele deixa de ser um objeto de uso do mundo carnal, e passa a ser um ser vivente de ação corretiva e espiritual neste mundo carnal, tornando-se muito mais, persuasivo e modificador , Elias foi um homem santo , Davi foi um homem santo, Moises foi um homem santo,  homens movidos pela fé que fugiam do pecado, e ouviam a voz de Deus e por ela se deixavam guiar e muitos foram salvos por eles, cada um teve seu dom mais o mesmo espírito de Deus habitou em todos, cada um de modo particular . Efésios 4: 11 E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres,12 tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;13 até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo
Nossa luta hoje portanto consiste em sermos homens santos, não para padrões e preconceitos humanos, padrões estes que distorcem a santidade, transformando-a em algo inatingível,  e sim homens pecadores em origem mais pelo sangue salvos e justificados  espiritualmente santos , modificadores, orientadores, pacificadores,difusores do espírito de Cristo entre os homens. Apocalipse 3 -20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.21 Ao que vencer, eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono.



Fonte:Paulo A.(orkut Gospel)

domingo, 12 de setembro de 2010

O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

Quando, na Bíblia, aparece a primeira voz o termo “batismo com o Espírito Santo”?
R: Quem primeiro fala no assunto diretamente é João Batista. As passagens são Mateus 3:11; Marcos 1:8; Lucas 3:16 e João 1:33. O que deixa claro sua legitimidade como doutrina fundamental cristã.

Como João Batista se refere a este batismo, ou seja, como ele coloca os termos?
R: Sempre, em todas as passagens, ele faz uma COMPARAÇÃO entre o batismo que ele, João, praticava, apenas com água e para arrependimento, com o batismo que seria ministrado por Jesus Cristo, com o Espírito Santo e para salvação. João fez questão de ressaltar essa diferença. Posteriormente, como se verá, os apóstolos também identificaram essa distinção básica entre o batismo de João e o de Jesus.

Ao falar em batismo com Espírito Santo, João Batista cita a manifestação de algum dom especial, algum sinal externo que viesse evidenciar o fato?
R: Não. Mesmo porque o termo batismo com o Espírito Santo desaparece com João, só reaparecendo novamente no livro de Atos dos Apóstolos. E então finalmente silencia para sempre, demonstrando que não havia, até então, nenhuma dúvida sobre o assunto. 
As manifestações espirituais da Igreja sofreriam um duro golpe com os Montanistas (Séculos II e III). A partir daí a Igreja inicia uma história de bloqueio as manifestações espirituais.

Além de João Batista, quem mais nos evangelhos faz menção sobre o assunto?
R: Ninguém. Nenhuma citação. O que não invalida a doutrina.

Em relação ao Espírito Santo, quais são os termos verdadeiramente bíblicos utilizados nos evangelhos para evidenciar sua ação?
R: “cheio” (Lucas 1:15); como “revestimento” (Lucas 24:9); advindo diretamente de Cristo (João 20:22); como poder descido ou recebido do céu (Atos 1:8). 

No último capítulo de Marcos Jesus Cristo fala em quantas manifestações de poder sobrenatural?
R: Cinco: expulsar demônios, falar novas línguas, pegar em serpentes, sobreviver à bebida mortífera e impor as mãos sobre os enfermos para que sejam curados.

Em algum momento Jesus Cristo refere-se a uma destas manifestações como sendo mais especial do que a outra?
R: Não. E nem poderia, pois seria uma contradição, visto que todas são operações do mesmo poder: seu próprio nome, não havendo como classificá-las em maior, ou melhor.

Ainda neste mesmo capítulo ele utiliza-se da palavra “batismo”. Do que ele está falando?
R: Obviamente do batismo em águas. Não resta a menor dúvida. O batismo dos 3 mil no dia de Pentecostes e o ocorrido entre Felipe e o eunuco não deixam a menor dúvida.

Como Jesus Cristo refere-se ao batismo com Espírito Santo em nível de ação?
R: Ele chama de REVESTIMENTO DE PODER. É simples de entender. Basta comparar Atos 1:5 com Atos 1:8.

Como a Bíblia descreve o relatado?
R: As Sagradas Escrituras descreve um “enchimento” (Atos 2:4), em concordância com o que já havia dito anterior mente (Lucas 1:15)

O que aconteceu em seguida?
R: Os que estavam no cenáculo falaram novas línguas, conforme já estava predito no capítulo 16 de marcos. 

Eles – os que estavam no cenáculo – sabiam o que estavam dizendo?
R: A Bíblia responde claramente isso: “E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estäo falando? Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?” (At 2.4-8)

Em que línguas os apóstolos e os outros falaram?
R: Segundo a Bíblia, neste caso, falaram grego, árabe, latim e ainda outras línguas de nações distintas que ali se encontravam (Atos 2.9-11)


O milagre do revestimento de poder ou derramamento do Espírito tal qual aconteceu inicialmente (pentecostes) se repetiu mais aonde?
R: na casa de Cornélio (Atos 10.45,46) e em Éfeso (Atos 19.6).

Na casa de Cornélio a Escritura refere-se ao acontecido como sendo o quê?
R: A Bíblia diz claramente, é que receberam um dom (Atos 10.45), o que aliás permanece de acordo com a Palavra, conforme II Coríntios 12.b

O que aconteceu afinal na casa de Cornélio?
R: O Espírito Santo caiu sobre os que ouviam a Palavra (Atos 10.44).

Em Éfeso, quais foram as manifestações de poder?
R: A Bíblia mostra duas: falaram em língua e PROFETIZARAM. (Atos 19.6). 

Como a Bíblia classifica Estevão?
R: Homem cheio de fé e do Espírito Santo (Atos 6.5), cheio de poder e operador de prodígios e de grandes sinais (Atos 6.8).

Estevão obteve de Deus um privilégio único em todo o Novo Testamento, excetuando-se a visão do apóstolo João. Que privilégio foi esse?
R: Ele viu os céus abertos, a Glória de Deus e o Filho do homem em pé à sua direita (Atos 7.55,56). Como vemos, mais profunda só a visão na Ilha de Patmos. 

Estevão falou em línguas durante seu ministério?
R: Não há relatos.

E quanto a Felipe?
R: Expulsava demônios e curava enfermos (Atos 8.7).

Falou em línguas?
R: Também não. 

Em 13 cartas comprovadamente escritas pelo apóstolo Paulo, quantas expõem ou dissecam o assunto “línguas”?
R: Apenas em uma carta, direcionada a uma igreja em particular, enfoca essa questão, no caso, a Carta à igreja de Corinto.

As Cartas aos Hebreus, de Pedro, João – inclusive o Apocalipse – e Judas tocam no assunto?
R: Absolutamente nenhuma delas.

Biblicamente falando, “falar em línguas” é um dom que se manifesta como forma exclusiva de evidência?
R: Falar em línguas, biblicamente falando é um DOM, importante para o Corpo de Cristo como qualquer um dos dons espirituais citados em I Coríntios 12. 

A Bíblia orienta literalmente a buscar incansavelmente o batismo com o Espírito Santo?
R: A Bíblia nós ensina a invocarmos a presença de Deus (Jr 29.12).

Que riscos essa prática pode trazer?
R: Ela cria um princípio básico para uma heresia, que é achar que quem não fala em línguas “estranhas” não é salvo.

Mas afinal quem é batizado com o Espírito Santo?
R: Somente a Palavra de Deus pode responder, e o faz claramente em I Coríntios 12:13 “Pois todos nós fomos batizados em um só Espírito, formando um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres; e a todos nós foi dado de beber de um só Espírito.”.

Ainda assim, este texto pode ser explicado de uma forma mais clara?
R: Este texto literalmente quer dizer que TODOS os que são Santuário de Deus, onde habita o Espírito de Deus (I Coríntios 3.16) e, que possuem um ou mais dons espirituais, que são manifestados por este mesmo Espírito, podem se considerar batizados com o Espírito Santo

40. Então, ao contrário do que muitos exigem, não é obrigatório falar em línguas para operar prodígios, sinais ou qualquer um dos sons espirituais?
r: Onde a Bíblia afirma isso? Além disso, os sinais são para os que CRÊEM, falando ou não em línguas, sendo elas próprias – as línguas – parte do conjunto da promessa.

É possível, à luz da Bíblia, confirmar esta afirmação?
R: Facilmente. Basta observar o texto em Atos 4.31, que diz “todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a Palavra de Deus.”

Qual é a verdadeira característica bíblica do batismo espiritual?
R: “TODOS VÓS SOIS FILHOS DE DEUS PELA FÉ EM CRISTO JESUS, POIS TODOS VÓS QUE FOSTES BATIZADOS EM CRISTO, VOS REVESTISTES DE CRISTO.” (Gálatas 3:26,27). 

O que aconteceu então na conturbada igreja da cidade de Corinto?
R: Assim como nos dias de hoje, elevaram o falar em línguas a uma categoria especial entre os dons – isso gerou problemas.

Pessoalmente, qual era a opinião de Paulo de Tarso?
R: Ele preferia falar cinco palavras que pudessem ser entendidas a falar dez mil em outras línguas. (I Coríntios 14.14)

Como concordar como uma oração feita em línguas?
R: Não só em orações, mas em qualquer circunstância da vida é necessário que se conheça os termos daquilo que se vai concordar. Se ninguém entender o que se está dizendo ou mesmo, conforme orienta própria Bíblia, não tiver quem interprete, é arriscado concordar às cegas, pois a mesma Palavra diz: “Provai os espíritos” e sabemos que o espírito do profeta é sujeito ao profeta.

Onde a Bíblia orienta para se buscar o dom de línguas ou mesmo o falar em línguas estranhas?
R: Eis a questão. A orientação bíblica é bastante clara. Em I Coríntios 12.31 está escrito: “Portanto, procurai com zelo OS MELHORES DONS.” É claro que está no plural, não? A Bíblia mostra que não há um dom especial, todos são maravilhosos, portanto ela orienta que os busquemos. 

Então falar em línguas não confere prerrogativas especiais a quem o possui?
R: Se fosse assim, quem profetiza também deveria receber atenção especial, visto que a Bíblia diz que quem profetiza é maior do que quem fala em línguas.

Como Paulo de Tarso classifica os irmãos que possuem obsessão por falar em línguas ou mesmo elevam este dom a um patamar de superioridade espiritual?
R: Paulo os chama de “meninos no entendimento” (I Coríntios 14.20). Ora, não é pecado ser menino, mas um dia a criança precisa crescer. (I Coríntios 13.11)


CONCLUSÃO

Nos dias de hoje é comum ouvir estudos e pregações onde se afirma categoricamente que quem não fala em línguas não podem tomar a dianteira de um trabalho. Um dos maiores absurdos de nosso tempo. 

O Dom de Línguas não é superior a nenhum dos outros dons do Espírito. Exacerbar um desses dons é problemático e perigoso – por isso fiquemos com a simplicidade da Graça de Deus.


Adaptado de Comunidade Batista Shalom


Este artigo foi enviado por email. Depois avaliado pelo CACP e aprovado para publicação. Lembrando que cada autor é responsável pelo seu artigo. Os artigos não expressam necessariamente a opinião do CACP.

sábado, 21 de agosto de 2010

Seminário sobre Predestinação e Eleição Igreja de Nova Vida



O contexto da Soteriologia

As doutrinas da predestinação e eleição fazem parte do capítulo conhecido como soteriologia, ou doutrina da salvação, na teologia sistemática. Procuram compreender as razões que levaram Deus a salvar os pecadores. Na verdade são tentativas de explicar questões de caráter último a partir da finitude da experiência humana. Como entender, por exemplo, que a pregação do evangelho provoque, ao mesmo tempo, reações de aceitação e de rejeição da parte dos ouvintes? Há algum fator determinante que explique essas diferentes respostas? A salvação deve ser entendida a partir de um modelo determinista inflexível e autoritário? Qual o papel do ser humano na salvação? Como conciliar a soberania de Deus com o livre arbítrio do homem? Deus outorga uma salvação ampla ou restrita? São algumas das questões centrais relacionadas à doutrina da predestinação e da eleição que pretendemos abordar neste estudo. Deixemos claro que a salvação, em última análise, é obra total e exclusivamente de Deus. Nas Escrituras é sempre Deus quem toma a iniciativa de procurar o ser humano a fim de salvá-lo. É importante frisarmos essa declaração para que o ser humano assuma conscientemente o seu lugar de criatura e possa confiar inteiramente na graça de Deus.            

Queremos entender a idéia bíblica da predestinação e da eleição antes de verificarmos as interpretações históricas e os problemas vinculados a essas doutrinas.

ELEIÇÃO - A escolha por Deus daqueles que crêem em Cristo é uma doutrina importante (ver Rm 8.29-33; 9.6-26; 11.5, 7, 28; Cl 3.12; 1Ts 1.4; 2Ts 2.13; Tt 1.1). A eleição (gr. eklegoe) refere-se à escolha feita por Deus, em Cristo, de um povo para si mesmo, a fim de que sejam santos e inculpáveis diante dele (cf. 2Ts 2.13). A eleição “olha” para o aspecto passado da nossa salvação (1Pe 2.1; Ef 1.4). Essa eleição é uma expressão do amor de Deus, que recebe como seus todos os que recebem seu Filho Jesus (Jo 1.12).


PREDESTINAÇÃO – (gr. proorizo) significa "decidir de antemão" e se aplica aos propósitos de Deus inclusos na eleição. A eleição é a escolha feita por Deus, "em Cristo", de um povo para si mesmo (a igreja verdadeira). A predestinação abrange o que acontecerá ao povo de Deus (todos os crentes genuínos em Cristo). A predestinação “olha” para o aspecto futuro de nossa salvação (Rm 9.29; Ef 1.5,11). Segundo as Escrituras, ela é o nosso pré-destino. Em (1Tm 2.4) está escrito: “Deus quer que todos os homens se salvem”. Nisto está incluído o mundo inteiro que queira. De fato, todos os que verdadeiramente crêem, se salvam; somos testemunhas disso. O Senhor predestinou a salvação todo aquele que aceitar a Jesus. A própria aceitação já é um dom de Deus, para que ninguém se glorie julgando que assim contribuiu para a sua salvação. A predestinação que a Bíblia ensina não é a de uns para a vida eterna e a de outros para a perdição eterna. A predestinação é para os que quiserem ser salvos, conforme lemos em (2Ts 2.13; 2Tm 2.10). “Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação”; “Escolhidos para que também alcancem a salvação”. A predestinação, assim como a eleição, refere-se ao corpo coletivo de Cristo (isto é, a verdadeira igreja), e abrange indivíduos somente quando inclusos neste corpo mediante a fé viva em Jesus Cristo (Ef 1.5,7,13; At 2.38-41).

Eleição é o ato divino pelo qual Deus escolhe ou elege um povo para si, para salvá-lo (2Ts 2.13). Predestinação é o ato de Deus determinar o futuro desse povo. No N.T, esse povo é a igreja, o corpo de Cristo, o povo salvo (Ef 1.22-23)

Sua importância para a teologia calvinista

A doutrina da eleição e predestinação ocupa um lugar central nas Institutas de João Calvino. Ele afirmou que certas pessoas são eleitas totalmente por Deus independentemente de qualquer relação com a fé e com as obras. Esse tipo de abordagem foi defendida de modo geral pelos teólogos Calvinistas até que foi questionada pela escola de Jacobus Arminius, para quem a eleição era a escolha que Deus faz daqueles que crêem e perseveram pela graça na fé e nas obras.




A doutrina da providência

As doutrinas da predestinação e da eleição devem ser entendidas no contexto mais amplo da doutrina da providência de Deus. Falamos de providência de Deus para designar o controle e direção que Deus tem do universo para a finalidade que Ele escolheu. Fé na providência afirma o propósito de Deus em toda a Criação, seu cuidado e preocupação especial para com toda a humanidade.  A palavra significa “ver à frente” implicando que Deus está trabalhando no presente com um olhar voltado para o resultado futuro do Seu propósito. A questão da providência é um tema central tanto na teologia bíblica como na teologia filosófica. Tendo em vista a importância desta doutrina no entorno geral da discussão da predestinação e da eleição, separamos a aula 13 para uma abordagem mais aprofundada da matéria.

A doutrina da Presciência de Deus

A presciência de Deus é o seu pré-conhecimento de todas as coisas (1Pe 1.2; At 2.23; Rm 8.29). Ela é parte do seu atributo de onisciência. Ele pré-conhece todas as coisas sobre o homem, mas não as evita, por ser o homem livre e responsável por seus atos. No caso do pecado de Adão, o Senhor sabia disso na sua presciência, porém não o evitou, por ter Adão o livre-arbítrio. Se formos observar a biografia de Judas, do rei Saul, dentre outros, veremos que eles escolheram o seu próprio caminho, haja vista a presciência de Deus não forçar a livre-vontade do homem. O Todo-Poderoso, como onisciente, conquanto conheça de antemão os que o rejeitarão, não interfere, por ter ele criado o homem dotado de livre-arbítrio. Deus não viola esse princípio. Sim, o Senhor não criou o homem como um autômato, um robô, mas como ser moral, responsável por seus atos, com a faculdade de decisão e livre escolha – se bem que essas faculdades estão grandemente prejudicadas pelo efeito deletério do pecado, principalmente os de incredulidade e rebeldia.






Toda iniciativa é de Deus

A salvação vem de Deus (Sl 3.8). Toda a iniciativa da salvação vem do Criador. Não foi o homem quem escolheu salvar-se, mas Deus quem quis oferecer ao homem a comunhão com Ele mesmo e a vida eterna, pois o homem estava morto espiritualmente e não podia dar vida a si mesmo (Ef 2.1-6). Cristo diz aos discípulos: “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós” (Jo 15.16). O pecador sem a graça de Deus, não entende nem aceita as coisas de Deus (1 Co 2.14; 2 Co 4.4; Ef 4.18). A Bíblia afirma que todos pecaram (Rm 3.23) e que nossas justiças não têm valor redentivo diante de Deus (Is 64.6; Ef 2.8-10).

Deus tomou a iniciativa quanto:

a) O propósito de salvar – determinado antes da fundação do mundo (Ef 1.4; Rm 8.28; 2 Ts 2.13; 2 Tm 1.9). Deus, em Sua sabedoria, sabia que o homem pecaria, então juntamente com o propósito de criar, também resolveu salvar.

b) O meio de salvação – a morte de Cristo (Ef 1.4-5). Todos os atos envolvidos (encarnação, crucificação, ressurreição, ascensão, retorno) foram planejados (Ap 13.8; At 2.23-24).

c) Os indivíduos salvos – Deus elegeu todos os que hão de ser salvos (Ef 1.4-5; Rm 8.28-30; 1 Pe 1.2; At 13.48; 2 Ts 2.13,14). Esta eleição foi feita segundo a presciência de Deus (Rm 8.29; Ef 1.4; 1 Pe 1.2). Não dependente da presciência, como um passo posterior, mas intrinsecamente ligada a ela.

Em seu perfeito conhecimento, Deus sabe todas as coisas antes que elas aconteçam (Rm 4.17). Henry Thiessen fala de uma eleição na base da fé prevista por Deus, mas não uma fé comum, senão uma fé produzida pela graça divina: “como a humanidade está irremediavelmente morta em delitos e pecados e nada pode fazer para obter a salvação, Deus graciosamente restaura a todos os homens a capacidade suficiente para fazer a escolha na questão da submissão a ele. Esta é a graça salvadora de Deus que apareceu a todos os homens (Tt 2.11).
Em Sua presciência, Ele tem consciência do que cada um vai fazer com esta capacidade restaurada, e, então, elege os homens para a salvação em harmonia com Seu conhecimento da escolha que fazem a respeito dEle”. (Jo 6.44,47).

É necessário fazer uma distinção entre a presciência e predestinação. Deus pode prever algo sem determinar que isso aconteça. Por exemplo, Deus previu a entrada do pecado no mundo, mas não determinou que isto acontecesse.

A responsabilidade humana

Deus deu às suas criaturas o livre-arbítrio (liberdade de ação), não total livre-arbítrio. Todos reconhecem a liberdade como um bem (ninguém faz passeatas contra ela!). Contudo, esta liberdade de escolha moral acarreta tanto a escolha de fazer o bem quanto o mal. (alguns textos no slide)

É bom ser livre, mas a liberdade torna o mau possível. Deus nos deu a liberdade, mas somos responsáveis pelos nossos atos livres. Alguns teólogos afirmam que o homem é livre apenas para fazer o que deseja, e como só deseja pecar, não é livre para fazer o bem, pois somente Deus dá o desejo para o bem. No entanto, seguindo este raciocínio, quem deu ao diabo e a Adão o desejo de pecar, visto que Deus os criou bons? Para não acusar Deus de haver criado o mal – algo impensável (Tg 1.13) -, temos que aceitar que o pecado é fruto da vontade das criaturas e, portanto o homem é livre para fazer algo além do que deseja (Rm 7.15,19; Gl 5.17), embora, por causa da queda, necessita da graça de Deus para fazer o bem.

A Bíblia mostra que o homem fica livre e responsável por suas decisões (Lc 9.23; Ap 22.17). Somos responsáveis pelo que fazemos (Gl 6.7). Se os seres que Deus criou não puderem ser responsabilizados por suas escolhas certas, também não poderão ser responsabilizados pelas escolhas erradas. Assim, seríamos obrigados a aceitar a idéia de que o homem não foi responsável pela queda, como o diabo não foi responsável pelos seus erros, o que foge completamente à verdade. O homem tem a capacidade de fazer escolhas, embora precise da ação do Espírito Santo para reconhecer seu estado pecaminoso e aceitar a Cristo como seu Salvador.

No plano geral de Deus, a obra de Cristo visa a todos (Gn 12.2; Mt 28.19,20; 1 Jo 2.1,2; Ef 3.6; 2 Pe 3.9, 1 Tm 2.3,4, Tt 2.11, Ez 33.11). Cristo morreu para oferecer a salvação a todo homem (Hb 2.9; At 17.30). Dentro desse plano vem a eleição, que inclui a liberdade e responsabilidade do indivíduo (Rm 2.12; Mt 11.20-24).

Deus não faz acepção de pessoas (Rm 2.4-11, At 10.34). Desta maneira, não escolheria uns para salvação e outros para perdição, sem dar-lhes oportunidade de tomar uma decisão. O que leva o homem à perdição não é a falta de eleição, mas o pecado e a falha em não aceitar Jesus (Mc 16.16; Jo 3.18). O pecador não é salvo por crer, ou seja, pelo seu ato, mas pela graça de Deus, por meio da fé (Ef 2.8,9). Os crentes foram vistos antecipadamente em Cristo quando Deus os escolheu. Eles estavam em Cristo porque aceitaram pela fé a oferta da salvação que Ele fez.

Soberania divina x Livre-arbítrio humano

A soberania divina e o livre-arbítrio humano não são conceitos mutuamente excludentes (conforme o arminianismo ensina). O direito de escolha do homem não anula o controle de Deus, pelo contrário, exalta-o. É preciso ser muito mais poderoso para manter o controle num universo de múltiplas escolhas do que num universo de “cartas marcadas”, onde tudo segue uma ordem previamente estabelecida, sem possibilidade de mudanças. Podemos ver esta ocorrência conjunta, do livre-arbítrio e da soberania, na morte de Cristo:

a) Deus determinou que Cristo morreria antes da fundação do mundo (Ap 13.8)

b) Entretanto, Cristo afirma que se entregou (Jo 10.17,18)

c) Deus sabe tudo (Is 46.10, Sl 147.5)

d) Deus sabia que Jesus morreria (Ap 13.8, Jo 2.23)

e) Apesar disto, Jesus escolheu morrer.

A salvação é pela fé, não pelas obras (Ef 2.8,9). E Cristo morreu para garantir a salvação a todo aquele que nele crer (Lc 13.3, Jo 3.16-18, At 16.31; 17.30). Se não fosse assim, não faria sentido a pregação do evangelho, como Cristo mandou fazer (Mc 16.15). O homem tem o direito de escolha, dado por Deus. Assim, a criatura pode resistir ao chamado do Criador (Mt 23.37, At 7.51, Jo 1,11,12). Portanto, a salvação também tem uma pequena participação humana: aceitar a oferta de Deus – a Salvação em Cristo. O homem tem poder sobre sua própria vontade (1 Co 7.37). Assim, o Espírito Santo conduz a Cristo somente aqueles que o permitem.

No tocante à eleição e predestinação, podemos aplicar a analogia de um grande navio viajando para o céu. Deus escolhe o navio (a igreja) para ser sua própria nau. Cristo é o Capitão e o Piloto desse navio. Todos os que desejam estar nesse navio eleito, podem fazê-lo mediante a fé viva em Cristo. Enquanto permanecerem no navio, acompanhando seu Capitão, estarão entre os eleitos. Caso alguém abandone o navio e o seu Capitão, deixará de ser um dos eleitos. A predestinação concerne ao destino do navio e ao que Deus preparou para quem nele permanece. Deus convida todos a entrar a bordo do navio eleito mediante Jesus Cristo.

Existem duas correntes doutrinárias no tocante a doutrina da eleição e a predestinação: O calvinismo e o arminianismo.

Quadro comparativo: calvinismo x arminianismo – comentário.

Uma valoriza por demais a soberania de Deus e a outra á livre escolha humana. Os extremos doutrinários dessas correntes são extremamente prejudiciais a fé cristã. Devemos primar pelo equilíbrio e um exame minucioso e sem preconceito da Bíblia para não cairmos no erro dos extremos.

FINAL - Importância desta doutrina

Se toda a iniciativa da salvação é de Deus, então nenhum crente pode gloriar-se de ser salvo, mas temer Aquele que o salvou (Rm 11.20,21). Se a salvação é oferecida a todos, desde que creiam e aceitem a Cristo, devemos pregar a Palavra de salvação a todos, a fim de salvar a muitos (1 Co 9.22). Somos como os leprosos que descobriram uma abundante benção que pode salvar a todos e não podemos ficar calados (2 Rs 7).




Fonte: Pastor Flávio Muniz e  Professores da escola Bíblica INVO.